AgdA investe 11 milhões na gestão integrada do ciclo urbano da água em Beja


Aos investimentos já em curso na vertente do tratamento de águas residuais, a AgdA – Águas Públicas do Alentejo junta agora o arranque da construção de um novo Subsistema de Abastecimento de Água em Beja, a partir de uma nova origem, assegurando a gestão integrada do ciclo urbano da água no Município. Estes investimentos, no valor de 11 milhões de euros ficarão concluídos até final de 2018.

Realizou-se hoje, em Beja, a assinatura dos autos de consignação das empreitadas que constituem o novo Subsistema de Abastecimento de Água a Beja, recorrendo a uma nova origem de água e incluindo a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA).
Na sessão, presidida pelo Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Manuel Martins, foram também publicamente apresentados os investimentos já em curso na vertente do tratamento de águas residuais, nomeadamente a construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) na bacia do Guadiana, destinada a tratar a totalidade dos efluentes da cidade de Beja.

No seu conjunto, estes investimentos a realizar pela AgdA – Águas Públicas do Alentejo no município de Beja até final de 2018, representam cerca de 11 milhões de euros e permitem assegurar uma gestão integrada do ciclo urbano da água no Município, com impacto positivo ao nível da fiabilidade e robustez do sistema de abastecimento de água a Beja da melhoria da qualidade e eficiência do tratamento das águas residuais do município.

Com estas empreitadas, está também previsto o reforço da eficiência hídrica e energética das operações, nomeadamente ao nível da reutilização das águas residuais e do aproveitamento da exposição solar das infraestruturas para produção de energia para autoconsumo.
Este investimento é cofinanciado pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), Portugal 2020, com o apoio da União Europeia, no âmbito do Fundo de Coesão.

A escassez de recursos hídricos e a dispersão populacional da região do Alentejo traduzem-se em fragilidades ao nível da quantidade e da qualidade de água disponível para consumo das suas populações, problemas que se agudizam em anos de reduzida pluviosidade.

Assegurar a qualidade, continuidade e eficiência dos serviços públicos de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais aos municípios e às populações é o objetivo da Parceria Pública celebrada entre o Estado central e as Autarquias locais que, através da AgdA - Águas Públicas do Alentejo, gere o Sistema Público de Parceria Integrado de Águas do Alentejo (SPPIAA).

O investimento total previsto efetuar em infraestruturas do SPPIAA até 2020, nos 20 municípios abrangidos, é de 180 milhões de euros, dos quais 117 milhões de euros são destinados a melhorar o abastecimento de água, sendo o restante destinado a investimentos em saneamento de águas residuais.

A AgdA - Águas Públicas do Alentejo foi constituída em 25 de setembro de 2009, tendo por acionistas a AdP - Águas de Portugal, SGPS, S.A. e a AMGAP - Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, abrangendo os municípios de Alcácer do Sal, Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Arraiolos, Barrancos, Beja, Castro Verde, Cuba, Grândola, Mértola, Montemor-o-Novo, Moura, Odemira, Ourique, Santiago do Cacém, Serpa, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vidigueira.


Abastecimento de água – a ETA da Magra e sistema adutor

Tirando partido da existência nas proximidades da cidade de Beja de um sistema de abastecimento para rega da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, foi definida como solução técnica para o abastecimento a Beja, Baleizão, Quintos, Salvada e Cabeça Gorda a construção de um novo subsistema de abastecimento de água, tendo por origem de água a albufeira da Magra, da EDIA.

A implementação desta solução assenta em duas empreitadas, uma destinada à construção de uma nova ETA e órgãos complementares, e outra destinada à construção do sistema de adutoras que transportarão a água tratada até aos diferentes reservatórios de distribuição.

O montante total de investimento destes dois projetos é de cerca de 7,4 milhões de euros que se juntam aos 3,5 milhões de euros já investidos neste município na componente Abastecimento de Água com a construção das adutoras de Mombeja, de Penedo Gordo e de Albernoa, a ampliação do reservatório da Atalaia e a telegestão do sistema.

De referir que na futura ETA da Magra será instalada uma unidade de produção de energia fotovoltaica para auto consumo (UPAC) com 300 Kw de potência, equivalente à potência total requerida pela ETA, o que permitirá uma autonomia energética significativa. 
Estas duas empreitadas, cujos autos de consignação foram hoje assinados, terão um prazo de execução de 365 dias.

Tratamento de águas residuais - ETAR de Beja e Sistema Intercetor

Com um investimento de 3,8 milhões de euros, a nova ETAR de Beja, em construção desde janeiro de 2017 e com prazo de execução de 395 dias, está dimensionada para tratar as águas residuais domésticas geradas por toda a população de Beja, num total de 31 000 habitantes equivalentes e um caudal máximo diário de 7088 m3/dia, através de um sistema de lamas ativadas por reator biológico em vala de oxidação. 

A ETAR dispõe ainda de uma unidade para receção de efluentes transportados por limpa-fossas e de uma unidade de tratamento complementar de desinfeção por sistema de ultravioletas para permitir a reutilização parcial das águas residuais tratadas como água de serviço e para rega. 

Esta ETAR será também equipada com uma unidade de desodorização química, que permitirá a eliminação de odores.

O sistema intercetor de Beja, já construído e a funcionar desde janeiro de 2017, representou um investimento no valor de 946 mil euros e permitiu desativar a ETAR do Monte de Santo António, na bacia do Sado, que drenava para a albufeira do Roxo.

Publicado a: 28 de Agosto de 2017