FRISCO

Os fogos rurais perturbam o coberto vegetal, criando uma camada de cinza rica em elementos capazes de contaminar a qualidade da água a jusante, incluindo sedimentos finos, matéria orgânica, nutrientes, e metais pesados, o que pode ter um impacto negativo nos ecossistemas aquáticos e no abastecimento de água. A compreensão do comportamento do fogo e das paisagens pode fornecer mais informações para a avaliação e gestão dos riscos de contaminação pós-incêndio. 

O projeto “FRISCO - Gestão dos riscos de contaminação da qualidade de água induzidos pelo fogo” visa fornecer aos gestores nacionais da água e floresta informação baseada em ciência, e em tempo útil, sobre o risco de contaminação para as massas de água a jusante de incêndios rurais e sobre metodologias para minimizar o risco e mitigar as consequências.

Os resultados desta tarefa e do projeto foram resumidos num manual prático de boas práticas para a gestão da contaminação pós-incêndio, que está disponível online


O projeto FRISCO desenvolveu-se através de cinco tarefas diferentes:

  • A TAREFA 1 (T1) caracterizou os impactos dos incêndios na vegetação e nos solos de Portugal continental nos últimos 20 anos, através da combinação de imagens de satélite e dados de campo;
  • A TAREFA 2 (T2) utilizou informação T1 e combinou-a com novos desenvolvimentos na teoria e modelação da conectividade, para caracterizar os impactos destes incêndios na mobilização e transporte de contaminantes para cursos de água para as principais fontes de abastecimento de água em Portugal;
  • A TAREFA 3 (T3) realizada em coordenação com os gestores de água, utilizou dados históricos de qualidade da água para identificar episódios de contaminação pós-incêndio nestas principais fontes de abastecimento de água nos últimos 20 anos e avaliar os principais impulsionadores;
  • A TAREFA 4 (T4) desenvolveu um índice de risco de contaminação da água pós-incêndio, com base numa análise estatística de informação sobre os impactos do fogo na vegetação e nos solos (T1), mobilização e transporte de contaminação (T2) e ocorrência de episódios de contaminação (T3). Foi codesenvolvido com os gestores de água. Esta informação foi utilizada para construir uma ferramenta online, que pode ser aplicada com informação prontamente disponível após a ocorrência de incêndios para uma avaliação rápida dos riscos;
  • A TAREFA 5 (T5) integrou um algoritmo de mobilização de sedimentos/cinzas num modelo estocástico de ocorrência de incêndios, aplicado a 2 áreas de estudo em Portugal que representam as principais fontes de abastecimento de água. Este modelo foi utilizado para comparar soluções de mitigação: gestão florestal pré-incêndio e estabilização de emergência de encostas. 
O Projeto FRISCO fez avançar o estado da arte nas relações entre o fogo, a vegetação, os solos e a água; ajudou a compreender e a avaliar os impactos do fogo na prestação de serviços hidrológicos pelas florestas; e forneceu novas ferramentas e informações para ajudar os gestores de recursos hídricos a lidar com estes impactos.

FRISCO é um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia liderado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e que contou com a participação da AdP VALOR, Instituto Superior de Agronomia e Universidade de Aveiro, na qualidade de parceiros do Projeto 

Participaram neste projeto as seguintes empresas gestoras de sistemas multimunicipais de abastecimento de água do Grupo Águas de Portugal: Águas do Norte, Águas do Douro e Paiva, Águas do Centro Litoral e Águas do Algarve. 

Mais informação no site do Projeto FRISCO


Orçamento global: 300 000 EUR
Data de arranque: janeiro de 2020
Duração do projeto: 36 meses

Financiado por: