Eficiência hídrica

Gestão e monitorização de perdas na rede de distribuição

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Uma percentagem da água que é transportada e distribuída pelas empresas gestoras dos sistemas de abastecimento perde-se antes de chegar ao consumidor final, através, por exemplo, de fissuras, roturas e extravasamentos. A EPAL, responsável pelo abastecimento de água em Lisboa, desenvolveu um sistema de monitorização - o WONE - Water Optimization for Network Efficiency –, que permite localizar rapidamente este tipo de situações e assim controlar e reduzir os níveis de perdas de água na rede.

O WONE é um sistema que, com base na implementação de zonas de monitorização e controlo (ZMC) e na análise dos respetivos dados de caudal e pressão, permite combinar processos e integrar a informação relevante para a gestão de redes e o controlo de perdas de água.

Nos seus resultados destacam-se:
- a antecipação da deteção de fugas e a redução significativa das perdas 
- o melhor planeamento das intervenções de reparação, a menor custo 
- a maior eficiência na utilização da água
- a redução do consumo de energia, uso de reagentes e emissões de CO2 associadas, com a consequente diminuição da pegada ecológica.

A implementação do WONE, numa lógica de controlo ativo de fugas, permitiu reduzir os níveis de água não faturada na rede de distribuição de Lisboa de 23,5%, em 2005, para cerca de 8%, em 2015, posicionando a EPAL no grupo de elite das entidades gestoras mais eficientes a nível mundial.

O caráter de versatilidade e globalidade do WONE permite que seja aplicado e utilizado por qualquer entidade gestora de sistemas de abastecimento de água que aposte na eficiência da sua rede de distribuição como forma de poupar recursos hídricos, energéticos e financeiros.



Reciclagem e reutilização de águas residuais

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O incremento da circularidade na utilização da água e a melhoria da eficiência hídrica têm uma relevância acrescida no atual contexto de alterações climáticas, constituindo uma boa prática de gestão da água designadamente para fazer face ao aumento da frequência e intensidade de períodos de secas e de escassez de água.

Além de constituir uma medida de adaptação às alterações climáticas, a utilização de águas residuais tratadas incorpora os desafios da economia circular na gestão do ciclo urbano da água, gerando benefícios ambientais, sociais e económicos significativos.
As águas residuais tratadas nas infraestruturas das empresas do Grupo Águas de Portugal têm sido aproveitadas para utilizações internas e externas em diversos processos e instalações.

Nos usos internos, é prática comum a utilização de água residual tratada na lavagem de pavimentos das instalações, equipamentos, rodados e órgãos de tratamento; desentupimento de bombas; utilização nos sistemas de desodorização; na purificação do biogás; na preparação de reagentes; e nas descargas das instalações sanitárias.

A utilização por entidades externas integra, designadamente, usos municipais em grandes centros urbanos, como lavagem de ruas e contentores, a rega de campos de golfe e o arrefecimento de sistemas de refrigeração, entre outros.

É neste contexto que surgem as Fábricas de Água, um novo conceito que reforça o carácter industrial do trabalho realizado numa Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), onde a água é tratada como matéria-prima plena de recursos para usar, reutilizar, reciclar e valorizar. 

Águas do Tejo Atlântico é pioneira na incorporação deste conceito, fazendo evoluir o tratamento das águas residuais para um novo paradigma onde a valorização máxima dos recursos é a prioridade.





Produção Inovadora de Água para Reutilização na Agricultura

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A promoção da produção e utilização de água para reutilização (ApR) na atividade de regadio na região do Alentejo, na qual tipicamente se verifica uma baixa precipitação e elevada insolação e, simultaneamente, elevada intensidade de agricultura de regadio, acompanhada de uma evolução preocupante dos efeitos das alterações climáticas é o grande objetivo do REUSE

O REUSE pretende potenciar a utilização de ApR na agricultura tirando partido do desenvolvimento de uma tecnologia de baixo custo com recurso a energia renovável, de barreiras naturais, da combinação da reduzida dimensão das ETAR locais, perfis de caudais, taxas de insolação e períodos de rega, no quadro da promoção do valor da água em diversas perspetivas (disponibilidade, micronutrientes), da nova abordagem Fit for purpose e da crescente sensibilização do setor agrícola para a eficiência hídrica e necessidade de diversificar as suas origens.

Está em regime de experimentação o sistema de produção de ApR através da desinfeção solar das águas residuais tratadas na ETAR de Beja, para posterior utilização, por um agricultor da região, na rega de um pomar de romãzeiras, tendo como objetivo estudar o impacte nas plantas, solo e água.

O REUSE é um projeto financiado pelo Fundo Ambiental, resultante de uma parceria entre a AdP – Águas de Portugal, AgdA – Águas Públicas do Alentejo , EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, ISA – Instituto Superior de Agronomia, EFACEC e Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR).

O projeto servirá como caso de estudo para aplicação do decreto-lei n.º 119/2019, de 21 de agosto, relativo ao regime para a produção e utilização de ApR, e da metodologia de avaliação do risco apresentada no Guia para a Reutilização da Agência Portuguesa do Ambiente.




Desenvolvimento de soluções para uma melhor gestão de consumos para o consumidor final  

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A EPAL concebeu e desenvolveu o Waterbeep um serviço de apoio ao cliente que permite acompanhar a evolução dos respetivos consumos de água, contribuindo para uma utilização mais eficiente deste recurso.

O WaterBeep apresenta-se em quatro modalidades, com crescentes níveis de detalhe de informação. No nível básico, gratuito, permite a consulta ao consumo faturado, o cálculo do consumo médio diário e permite comparar com os valores típicos de Lisboa, bem como comunicar leituras.

Os clientes podem ter acesso a um serviço de alertas que funciona sempre que se verifique um consumo de água diferente do habitual, permitindo identificar situações potencialmente anómalas, como consumos não autorizados, consumos excessivos, incluindo potenciais roturas, minimizando os danos associados.

Para saber mais sobre o Waterbeep clique aqui